Uesc vai apurar trote e, se confirmada a gravidade, punir os autores
Em primeira mão. A Universidade Estadual de Santa Cruz (Uesc) vai apurar a denúncia da mãe do estudante de iniciais IBC, de 18 anos, calouro do curso de Engenharia da Produção, que teria sido vítima de coma alcoólico após ser obrigado por veteranos a ingerir, em apenas 20 segundos, uma garrafa de "corote", marca de cachaça conhecida por seu rápido efeito de embriaguez no corpo humano.
A reitora Adélia Pinheiro anunciou que vai constituir uma comissão que vai apurar os fatos. Ontem, após tomar conhecimento do fato através da reportagem do Jornal Bahia Online, a reitora foi pessoalmente às salas do curso, apurar o ocorrido. Ela esteve acompanhada do Pró-Reitor de Graduação, Elias Lins Guimarães e do diretor do Departamento de Ciência e Tecnologia, Roberto Felício.
Hoje pela manhã, o JBO manteve contato com o professor Elias Guimarães. Ele lembrou que desde 2006 é poibido trote na Uesc. "Vamos utilizar mecanismos institucionais para apurar o fato. Não deve demorar", assegurou. O Pró-Reitor de Graduação da Uesc também confirmou que já manteve contatos telefônicos com a mãe do calouro. Ela insiste em não ter a identidade revelada com medo de represálias. O pai e o tio do jovem estudante, que são policiais, acompanham também o desenrolar dos fatos e exigem uma rigorosa apuração da Uesc.
Relembrando o fato:
"Deram 20 segundos para ele beber tudo". A denúncia é da mãe do estudante de Engenharia de Produção da Universidade Estadual de Santa Cruz (Uesc), vítima de coma alcoólico após ser obrigado a ingerir uma garrafa de cachaça, atendendo a um trote determinado por veteranos da instituição. Segundo a mãe do aluno, que prefere ter o seu nome preservado, o filho dela, de iniciais I.B.C. não teria sido a única vítima da sanha dos veteranos. "Outros calouros totalmente fora de si, embriagados, sem sentidos, sendo filmados por celulares dos que promoviam esse ato irresponsável para depois serem exposto ao ridículo nas redes sociais", assegura. "Vimos muitos pais que não têm carro chegando desesperados de taxi para retirar os filhos", denuncia.
E ainda questiona: "quem paga essa conta. Os veteranos ou a universidade?" M.B., mãe do aluno, indignada, em carta encasminhada ao Jornal Bahia Online, questiona o papel do jovem e do profissional que está sendo preparado na universidade. "Todas essas condutas, cometidas por alunos que deveriam estar recebendo instruções aptas a torná-los profissionais e cidadãos mais éticos (afinal, é para isso que todos os cursos contém em suas grades a matéria denominada ‘Ética’), mostram que beiramos a um perigoso retrocesso no quesito ‘Direitos Humanos’", afirma. E continua: "tendo em vista o papel educativo, transformador e público da Universidade Estadual de Santa Cruz, é urgente rever essas praticas de trotes nocivos, de degradação e humilhação humana e que não negligencie os vários aspectos dos Direitos Humanos. Não educamos filhos para correrem risco de vida irresponsavelmente, mas quando entram em uma Instituição Superior de Ensino , para se tornarem melhores", assinala.
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A denúncia publicada pelo Jornal Bahia Online foi encaminhada hoje à Reitoria da Universidade Estadual de Santa Cruz, ao Conselho Universitário da Universidade Estadual de Santa Cruz (Consuo), ao Colegiado de Engenharia de Produção e ao Diretório Central dos Estudantes (DCE).